sexta-feira, 8 de junho de 2018

A corrida da Feira de Maio, por Diogo Perdigão

Inicio esta crónica com um especial agradecimento ao nosso grande amigo “Bão”, que tão simpaticamente nos acompanha sempre e dá voz e visibilidade ao grupo através do seu Blog, e que me convidou a escrever estas linhas.

A tarde era de especial emoção para mim, pois foi a última tarde que me vesti de forcado enquanto elemento activo e uma vez mais repetia-se a efeméride do aniversário do Glorioso Aposento da Moita.

Diogo Perdigão
O cartel composto por seis cavaleiros confessemos que não era o grande atractivo, mas a repetição dos toiros de Veiga Teixeira e a alternância em praça com os forcados amadores da Moita foi o que mais expectativa deixava pairar.

O grupo estava muito motivado, repleto de novos elementos, com “ganas” da oportunidade chegar, e para três deles chegou neste dia. O Marco Ventura e Filipe Santos e o Ivan tiveram a graça de se poderem fardar pela primeira vez em tão nobre praça como é a Daniel do Nascimento. Espero que continuem a valorizar e a sentirem-se sempre responsáveis pela jaqueta que vestem e que têm o peso de 43 anos aos ombros. Certamente serão bem sucedidos e o cabo Zé Maria contará convosco por muitas temporadas.

Dos três toiros que nos tocaram em sorte, o primeiro “astado” com o peso de 470kg, negro de capa, foi pegado pelo cabo José Maria Bettencourt. O exemplo vem de cima e como tão bem o conhecemos não nos espanta estes detalhes do Zé Maria. Com um cite calmo e tranquilo, com o grupo cá atrás, carregou o toiro quando decidiu, recuou ao compasso do toiro e reuniu de uma forma dura com o toiro a por a cara alta mas em que o grupo prontamente ajudou e fechou sem grandes dificuldades. Estava assim dado o exemplo com o primeiro toiro pegado à primeira tentativa.

Ao segundo toiro pegado pelo nosso grupo, saltou o Leonardo Mathias, conhecido por todos nós como Tato. Com um cite a mandar cá de trás, a deixar-se ver e a citar de frente, carregou no sítio em que quis mandar vir, recuou e reuniu com superior técnica. Bem ajudado pelo grupo, em especial nas segundas e terceiras ajudas, foi consumada a pega ao primeiro intento.

Para encerrar a nossa actuação pegou o Rúben Serafim. A vontade de fechar com chave de ouro era enorme mas tal não se verificou, resultando em seis tentativas para que o grupo tivesse a pega como consumada. O toiro cresceu, ganhou sentido e complicou a tarefa principalmente aos ajudas, terminando a pega com pouco brilhantismo de forma sesgada, mas com enorme valentia demonstrada pelo nosso “Broas”.

O prémio em disputa para a melhor pega foi entregue ao grupo rival, na sua primeira pega. Consumaram as suas duas primeiras pegas ao primeiro intento e a terceira à quinta tentativa.

E como as corridas só terminam no jantar, seguiu-se um jantar cheio de ambiente com convidados, amigos e namoradas, em que se provou que o grupo está firme e com “sede” de triunfos que certamente acontecerão vários ao longo da temporada.

Já com saudades, agora só posso garantir que continuarei por perto e a garantir que hei-de acompanhar sempre que possa o melhor grupo do mundo por estas praças fora com o orgulho imenso de ter vestido a nossa jaqueta!

Pelo Ap Moita!
Vai acima, vai abaixo
Vai ao meio e Bota abaixo!

Diogo Perdigão