- José Maria como vê o grupo por si liderado em relação à época que se
inicia?
JMB: A temporada
do GFA Aposento da Moita iniciou-se no dia 27 de Maio na Moita, corrida que o
grupo cumpriu conforme o esperado, através de uma boa actuação com 2 toiros
pegados à 1ª tentativa e apenas 1 toiro pegado à 2ª tentativa.
Para a temporada
de 2017 temos as melhores expectativas.
Depois de um bom
começo numa corrida de importante cartel no qual o grupo celebrava os seus 42
anos de história, repartindo cartel com duas importantes figuras da tauromaquia
mundial, Diego Ventura e Andrés Roca Rey, a motivação não poderia ser melhor.
Após uma boa e
longa época de treinos, sinto de uma maneira geral, um grupo que apesar de
jovem está convicto das suas capacidades que na minha mais sincera opinião são
muitas.
Este é um grupo versátil, e muito eficiente em todos os sectores da formação dos 8 elementos
que saltam para pegar todo e qualquer tipo de oponente e em qualquer praça.
Esperamos
desafios complicados para a temporada de 2017, mas vivo convicto de que todos
eles serão descomplicados pelos extraordinários elementos que compõem o GFA
Aposento da Moita.
Assim sendo,
prevejo muita competitividade interna pela disputa dos lugares de fardação em dia
de corrida, mas que tudo isso será sinonimo de muita qualidade nas actuações do
grupo.
- Actuar numa praça de toiros como a do Campo Pequeno traz pressão
acrescida?
JMB: É
completamente impossível deixar de falar daquilo que representa a praça por si
só, para o Grupo.
Quando actuamos
no Campo Pequeno somos automaticamente reportados através das nossas
recordações aos sucessos que o Grupo conquistou nesta praça, lembrando por
exemplo última e tão boa actuação frente ao melhor curro de toiros da temporada
passada (de Joaquim Grave) na corrida RTP no dia 25 de Agosto, onde o Grupo
acabou por conquistar o Troféu “João Moreira de Almeida”.
Falando um
bocadinho da história do GFA Aposento da Moita nesta praça é imprescindível
esquecer que passadas exactamente 3 semanas desde a sua fundação o Aposento da
Moita estreia-se no Campo Pequeno para pegar na apresentação da Ganadaria Ortigão
Costa na mesma praça.
Portanto é um
facto, que esta praça tem um valor especial para o Grupo e portanto cada vez
que a pisamos, cada passo é dado com muita responsabilidade e com muito
respeito pela mesma.
Afinal de contas
é aqui que têm de pisar os melhores, e os erros cometidos têm o dobro das
repercussões, das quais queremos estar livres.
- Nota nos seus forcados uma tensão/nervosismo maior por irem actuar na
praça mais importante do país?
JMB: Como referi
anteriormente, esta é uma praça que traz responsabilidade acrescida para cada
forcado que a venha a pisar.
Contudo, não
sinto que esse facto se torne em nervosismo ou tensão, até porque são
sentimentos distintos e não têm de ser obrigatoriamente complementares.
Tensão ou nervosismo são prejudiciais em qualquer actuação e há sempre o cuidado de
afastar esse tipo de sentimento nestes dias, procurando o foco naquilo que são
as boas qualidades do grupo e a confiança que depositamos em todos os
elementos.
Neste dia, todos
os detalhes são importantes e para tal contamos com o apoio de todos os
elementos, mesmo dos que não se fardem para que mesmo na bancada foquem o
objectivo principal, a boa actuação do Aposento da Moita e assim o grupo possa
estar tranquilo e concentrado para melhor aplicar as suas qualidades deixando
de lado todos os sentimentos não pretendidos.
No fundo, basta
que todos remem para o mesmo lado, para que assim possamos convergir forças e
ultrapassar as dificuldades.
- Quais são os pontos fortes do grupo?
JMB: O GFA
Aposento da Moita a meu ver não só é reconhecido pelas boas actuações e boa técnica que aplica nas varias modalidades da pega, mas também pelo ambiente que
se vive internamente através da amizade, união e sentido de grupo sempre
cultivado desde a sua fundação até aos dias de hoje atravessando varias
gerações e muitos forcados que por aqui passaram.
Para mim, esse é
o ponto forte do GFA Aposento da Moita e julgo que essa têm sido a receita para
muitos e longos anos de triunfo que têm sustentando o Grupo no topo da
tauromaquia.
- Existem alguns elementos do grupo que se podem fardar pela primeira vez
no Campo Pequeno?
JMB: Há sempre
uma expectativa, em torno dessa questão...
É para qualquer
forcado um marco importante, o facto de se fardar a primeira vez no Campo
Pequeno, mas não pode passar disso mesmo...
O facto do
forcado se fardar não se prende com a praça em questão, mas sim com o curro de
toiros e as suas características, e desde que o forcado esteja preparado para
tal não têm porquê de ficar de fora, a não ser por detrimento da escolha de
outro forcado com outras características e até porque a escolha de forcados para
uma corrida é limitada ao número de toiros pegados nessa mesma corrida.
Se o mesmo não
acontecer, será uma questão de tempo, até porque vejo em todos os elementos do
GFA Aposento da Moita qualidades para se fardarem futuramente em qualquer praça
do mundo perante qualquer tipo de toiro.
- Como lidar com esses elementos?
JMB: Caso
aconteça, há que lidar com isso da forma mais natural e sem distinção para
qualquer forcado que já o tenha feito.
Um forcado que
esteja fardado não é diferente de nenhum outro que também o faça, olhamos todos
da mesma maneira e depositamos a mesma confiança em todos.
- Quais são as suas expectativas para a corrida de 5ª feira?
JMB: O GFA
Aposento da Moita olha para este cartel com uma ilusão extraordinária.
O facto do cartel
ser composto por dois extraordinários matadores, que apesar de gerações e
estilos diferentes, dispõem de qualidades inquestionáveis que podem ser
comprovadas pelos tão recentes sucessos conquistados por ambos os matadores,
como por exemplo a porta grande conquistada por Juan del Alamo em Madrid na
presente temporada cortando 2 orelhas.
A juntar ao
cartel, o facto de ser também composto pelos cavaleiros triunfadores de uma
corrida anterior, a meu ver um gesto de grande inteligência por parte da
empresa gestora da Praça de Toiros do Campo Pequeno que com o mesmo incentiva e
cria competitividade entre intervenientes.
Penso que tudo
isso será sinónimo de que o cartel será recheado de muita qualidade.
Iremos também assistir com toda a certeza, a um bom curro de toiros da Ganadaria de Falé
Filipe que já é tão bem reconhecida quando abordamos o toureio a pé e naquilo
que proporcionam aos matadores, mas que ao mesmo tempo tão boas notas deram
quando expostos a lides a cavalo e remeças pediram a Grupos de Forcados.
Quanto ao GFA
Aposento da Moita, o facto de ser uma corrida mista, é algo que vemos com bons
olhos... Não só porque desde a sua fundação e é algo que está na génese do
Grupo, olhar a pega como se de toureio a pé se tratasse... Esta foi sempre uma
vontade do seu fundador e que tem perdurado até aos dias de hoje, e até fomos
reconhecidos por tal através de um elemento externo, forcado de um outro grande
Grupo da nossa tauromaquia.
É para o GFA
Aposento da Moita um prazer integrar cartéis deste nível que, tão boas
recordações poderá deixar ao público de Lisboa e portanto queremos fazer parte
delas.