No dia 21 de junho iniciámos mais uma digressão, que marcou também a minha primeira corrida como cabo. Partimos nove elementos rumo a uma experiência completamente nova e para a qual não estávamos habituados.
Os toiros, com velcro, não sangram nem rompem durante a lide, o que, por norma, acaba por dificultar bastante o trabalho dos forcados.
Abrimos praça, sendo o grupo mais velho, e assumi a responsabilidade de pegar o primeiro toiro. Habitualmente, os toiros saem soltos e, assim que veem os forcados, arrancam de imediato. Desta vez, não foi assim. Tive que entrar nos terrenos do toiro. Sem possibilidade de recuar, a reunião não foi a ideal, mas consegui fechar-me, e o grupo esteve em grande nível a ajudar.
Para o segundo toiro, foi eleito o forcado Rafael Silva. Agora o comportamento do toiro já foi mais o que esperávamos. Saiu solto, não permitindo ao Rafael mandar na pega. Ainda assim, o Rafael manteve a calma, carregou, consentiu a investida e teve, na minha opinião, uma reunião quase perfeita. Foi mais um toiro sem maldade nem grandes dificuldades durante a viagem, e mais uma vez o grupo esteve irrepreensível a ajudar.
Por fim, pegou o André Silva. O toiro, mais sonso e, talvez, o que tinha mais poder do nosso lote, arrancou a passo, a medir o forcado. O André, com frieza, conseguiu mandar vir o toiro, que acabou por partir a galope. O grupo esteve coeso e unido, ajudando em bloco naquela que foi a última pega da noite.
Foi um novo desafio, um verdadeiro misto de sensações, mas sinto um enorme orgulho em poder dizer que os nove “miúdos” que vieram pegar toiros à Califórnia foram nove Homens!
Agradeço a todos os que embarcaram nesta aventura comigo e que, em momento algum, viraram a cara à luta.
Sexta feira concluímos esta digressão com mais uma corrida onde pegamos mais dois toiros na praça de toiros de Tracy.
Viva o grande Aposento da Moita!