segunda-feira, 20 de abril de 2020

Aposento da Moita "À conversa entre grupos"


O Grupo de Forcados Amadores do Aposento da Moita inicia hoje, na rede social Instagram, uma espécie de tertúlia com elementos de outros grupos de forcados.
A tertúlia ocorrerá nas noites de hoje e das próximas 4ª e  6ª feira, sempre a partir das 21h.





domingo, 12 de abril de 2020

Crónica da primeira corrida da temporada comemorativa do 45º aniversário - por Fábio Matos (com vídeo)

O Grupo de Forcados Amadores do Aposento da Moita deseja uma Santa Páscoa a todos!

Deixamos em seguida a reportagem da primeira corrida dos 45 anos do grupo em Mérida, México, com a crónica escrita pelo forcado Fábio Matos.

No dia 23 de Dezembro, o nosso grupo rumou a terras mexicanas, este ano o nosso natal foi um pouco diferente, mas não deixou de ser igualmente especial, foi passado em família, não a que nos habituámos desde pequenos, mas aquela que escolhemos, os amigos.
A expectativa e ao mesmo tempo a responsabilidade eram enormes, e esta última cada um de nós a sentia bastante presente, não só pelo facto do nosso grupo cumprir este ano 45 anos de existência ininterrupta, não só pelo facto de não pegarmos no México há 10 anos, mas principalmente por levarmos cada um a jaqueta do grupo, o nosso símbolo, essa jaqueta que acarreta consigo 45 anos de historia e o nome de tantos e tão bons forcados que como aqueles 10 que rumaram ao México, já a vestiram, e têm de ser e merecem ser honrados a cada corrida.
A primeira corrida realizou-se no dia 1 de janeiro, na monumental de Mérida, o grupo acordou com boa disposição e principalmente com uma grande vontade de triunfar em terras onde já havia triunfado no passado, queríamos, precisávamos de somar um triunfo naquela tarde, não passava sequer outro tipo de pensamento pela cabeça de cada elemento do grupo, não só no México, mas também por aqueles que iam ligando ao longo do dia, ou que enviavam uma mensagem, porque naquele dia não era A ou B que pegava, naquele dia era o Aposento da Moita que pegava aquela corrida. O cartel era constituído por Diego Ventura, Emiliano Gamero e Santiago Zendejas, pegava unicamente o nosso grupo toiros de San Martín. A corrida estava muito gorda, com a média a rondar os 600kg, mas mesmo assim o ambiente na trincheira era único, a expectativa era enorme, o nervosismo estava presente, mas ao olhar para o lado e ver 10 irmãos de guerra esse nervosismo era abafado por um sentimento de vontade e querer, talvez até mesmo por sabermos que a corrida estava pesada, sempre foi apanágio do grupo crescer nas adversidades.
Para o primeiro toiro, o Leonardo Mathias (cabo) decidiu que seria ele mesmo a pegar, tem vindo a habituar os aficionados a abrir praça pelo nosso grupo, o Tato fez tudo bem, citou, carregou e templou a investida do toiro, este tem uma investida um pouco alta no momento da reunião e consequentemente esta não foi perfeita, mas a sua técnica aliada a um grande poder físico, fizeram com que o Tato se emendasse na cara do toiro e esta resultou numa boa pega ao primeiro intento com o grupo a acreditar e a ajudar em bloco.
A segunda pega foi realizada pelo Martim Afonso Carvalho, o Martim, citou o toiro, carregou, este saiu pronto e ofereceu ao Martim uma reunião dura, de seguida parou e derrotou bastante, o Martim muito bem fechado à barbela, aguentou todos estes derrotes até o grupo entrar e consumar a pega, à primeira tentativa.
Para a terceira e ultima pega do tarde o Tato escolheu-me a mim para pegar, na primeira tentativa o toiro sai solto, a viagem é muito rápida, muito difícil de ajudar e ao chegar às tábuas o toiro baixa a cabeça e “sacode” todos os forcados, na segunda tentativa, o toiro faz exatamente o mesmo, com o grupo a ajudar, mas novamente a não se conseguir consumar a pega, a terceira tentativa, esta já a sesgo, o grupo a ajudar em bloco e a resolver a pega.
Depois da corrida, o grupo foi convidado a jantar em casa de um dos empresários da praça de toiros de Mérida Alberto Basulto, que tão amavelmente tratou o grupo, juntamente com o restante cartel da corrida, que resultou numa noite muito agradável.
Nota para a grande disponibilidade de Jorge Alvarez Reyes, antigo forcado do grupo de forcados de La Puebla, que não vestia a jaqueta há 5 anos, mas prontamente se disponibilizou a ajudar o nosso grupo nas corridas que realizámos no México, demonstrando assim que não interessa a cor da jaqueta, mas sim a amizade e a arte de pegar toiros. Muchas gracias Jorge.

Fábio Matos